sábado, 2 de outubro de 2010

À NAÇÃO - Manifesto de artistas e intelectuais pela democracia e pelo povo

À NAÇÃO
Em uma democracia nenhum poder é soberano.
Soberano é o povo.
É esse povo -o povo brasileiro- que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal.
Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff. Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964. Não faltam críticas ao "populismo", aos movimentos sociais, que apresentam como "aparelhados pelo Estado", ou à ameaça de uma "República Sindicalista", tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias.
O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como "ignorante", "anestesiado" ou "comprado pelas esmolas" dos programas sociais.
Desacostumados com uma sociedade de direitos, confundem-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas.
O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos. A velha e reacionária UDN reaparece "sob nova direção".
Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão.
A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada.
É profundamente antidemocrático -totalitário mesmo- caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa.
Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo.
Mesmo quando acusaram sem provas.
Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta.
Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos.
Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante.
O Brasil passou por uma grande transformação.
Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa. E - o que é mais importante - fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo.
Ninguém nos afastará desse caminho.
Viva o povo brasileiro.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Pobre de ti Paquetá


Existe um bairro do Rio de Janeiro onde se pode esquecer a correria e o barulho diários da cidade. Falo da Ilha de Paquetá, situada no fundo da Baía de Guanabara, patrimônio turístico e arquitetônico, que guarda lendas e histórias interessantes. O modo de vida de seus habitantes é simples e tranqüilo; o dia passa ao som dos passarinhos e à sombra das amendoeiras e flamboyants.


 




Foi do cosmógrafo André Thevet o primeiro registro sobre a Ilha, em 1555, durante a expedição de Villegaignon. Paquetá é então dividida em duas sesmarias – a sesmaria do norte, doada a Inácio de Bulhões (o campo) e a sesmaria do sul (a ponte) a Fernão Valdez.








No chamado “campo” encontra-se a Capela de São Roque, padroeiro da ilha. Junto à estação das barcas (ponte), a Igreja de Bom Jesus do Monte. O meio de transporte mais comum é a bicicleta, mas circulam por lá as charretes e um trenzinho que levam os turistas para conhecer esse pedacinho do céu.
Igreja de Bom Jesus do Monte

            Pois bem, esse paraíso está ameaçado pelo descaso e má administração. As ruas estão cada vez mais esburacadas. O prédio onde deveria funcionar a biblioteca, O Solar Del Rei - hospedagem de D. João VI – encontra-se em péssimo estado de conservação.
 Caramanchão 2008

      
      O retrato desse descaso com a nossa “Ilha dos Amores” é bastante evidente no Caramanchão da Praia dos Tamoios. A sua estrutura de madeira está desmoronando, não existem mais os bouganvilles e as pilastras e os vasos estão quebrados.
 Caramanchão 2009
       
Pobre ilha, pérola do Rio de Janeiro, esquecida pelo poder público e mal administrada. Será que algum dia serás tratada com respeito? Patrimônio histórico, cultural e artístico que vai se perdendo por falta de interesse daqueles que deveriam lutar pela sua preservação.  

 



  Caramanchão 2010