sábado, 30 de janeiro de 2010

Pobre de ti Paquetá


Existe um bairro do Rio de Janeiro onde se pode esquecer a correria e o barulho diários da cidade. Falo da Ilha de Paquetá, situada no fundo da Baía de Guanabara, patrimônio turístico e arquitetônico, que guarda lendas e histórias interessantes. O modo de vida de seus habitantes é simples e tranqüilo; o dia passa ao som dos passarinhos e à sombra das amendoeiras e flamboyants.


 




Foi do cosmógrafo André Thevet o primeiro registro sobre a Ilha, em 1555, durante a expedição de Villegaignon. Paquetá é então dividida em duas sesmarias – a sesmaria do norte, doada a Inácio de Bulhões (o campo) e a sesmaria do sul (a ponte) a Fernão Valdez.








No chamado “campo” encontra-se a Capela de São Roque, padroeiro da ilha. Junto à estação das barcas (ponte), a Igreja de Bom Jesus do Monte. O meio de transporte mais comum é a bicicleta, mas circulam por lá as charretes e um trenzinho que levam os turistas para conhecer esse pedacinho do céu.
Igreja de Bom Jesus do Monte

            Pois bem, esse paraíso está ameaçado pelo descaso e má administração. As ruas estão cada vez mais esburacadas. O prédio onde deveria funcionar a biblioteca, O Solar Del Rei - hospedagem de D. João VI – encontra-se em péssimo estado de conservação.
 Caramanchão 2008

      
      O retrato desse descaso com a nossa “Ilha dos Amores” é bastante evidente no Caramanchão da Praia dos Tamoios. A sua estrutura de madeira está desmoronando, não existem mais os bouganvilles e as pilastras e os vasos estão quebrados.
 Caramanchão 2009
       
Pobre ilha, pérola do Rio de Janeiro, esquecida pelo poder público e mal administrada. Será que algum dia serás tratada com respeito? Patrimônio histórico, cultural e artístico que vai se perdendo por falta de interesse daqueles que deveriam lutar pela sua preservação.  

 



  Caramanchão 2010