domingo, 25 de outubro de 2009

Maus exemplos e segurança

O Cel PM Carlos Eduardo Millan Guimarães é réu, juntamente com outros policiais e com o ex-secretário Álvaro Lins, em processo que os acusa de receber propina do jogo do bicho. Seria mais um, entre muitos processos contra policiais, não fosse o Coronel Millan o chefe administrativo do Estado-Maior da Polícia Militar.



Millan nega ter recebido qualquer quantia, embora seu nome tenha aparecido na contabilidade da contravenção. Foi absolvido no conselho de justificação militar da PM e, na justiça, a sentença de condenação dos réus foi anulada porque um dos réus, Álvaro Lins, foi eleito deputado, o que garantia foro especial.


Na última semana, o processo voltou à pauta para julgamento na Auditoria de Justiça Militar.


Recentemente vimos uma guerra estabelecida entre os traficantes e a sociedade no episódio da invasão ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Na ocasião foi abatido um helicóptero da polícia e mortos três policiais. Homens de valor que recebem salários indignos e que são reféns da burocracia na busca por equipamentos seguros e capazes de efetivo combate com segurança.


Os traficantes usam o serviço delivery para comprar armas modernas e exigem que a montagem seja feita na entrega. Mas nossa polícia precisa ultrapassar as barreiras provocadas pelas exigências do Exército que, para tornar tudo mais complicado, quer a preferência pela Imbel.


Impossível ter uma polícia motivada com salários degradantes, armamento inferior ao dos bandidos, proteção insuficiente e maus exemplos do comando. Somando-se tudo isso à pouca eficiência na formação do policial, temos casos como o do Coordenador de Projetos Sociais do AfroReggae , Evandro João da Silva.


Outros Evandros, Joãos e da Silvas existiram e continuarão a existir enquanto a Polícia Federal não tomar para si a responsabilidade sobre os tráficos de armas e de drogas. Enquanto comandantes e delegados receberem propinas, o crime estará dentro da polícia, civil ou militar. Os superiores recebendo grandes quantias em dinheiro reforçam a idéia de que os subordinados também podem tirar vantagens das suas posições, até chegarem ao extremo de patamos pararem em estabelecimentos comerciais para pegar pizzas ou bebidas de graça. Levar os pertences de uma vítima e liberarem seus assassinos.

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